Thursday, October 19, 2006

Morte de uma arma

Enterra-me quando finalmente me aniquilar
num campo cheio de flores
e animais que brinquem alegremente por entre os ramos e folhas caídas.

Apanha as balas que caírem de mim,
aperta-as com força até o espírito nelas contido não passar de um esboço,

(fraca imitação do que fora ou seria)

sopra toda a minha essência e calibre sobre um mar revoltado
no fundo de um penhasco
nessa
noite
de
meias
luas
negras

enche as células com a minha ausência
suspirando, leve,
pois alguém não voltará para uma casa que nunca foi sua
e esse alguém não és tu.

(25.09.2005)