inevitavelmente és suco acre e de abandono
em teus lábios já não há poiso
féretros silêncios pétalas esmagadas secas
dispersas nuvens de fumo criadas
não há dor em mim
e minto, quando te digo isto.
há lenços manchados com sangue que sai de olhos profanados
e muitas maneiras de procura
sonhar, sonhar... dormir, morrer, sim.
não.
sonhar, não, que sonhos são dor desespero desejos por concretizar
e há nada, só nada aqui neste pequeno templo de pedra mármore
neste pequeno túmulo tão cedo erigido
sonâmbulo de passos
estragado.
Wednesday, January 27, 2010
Tuesday, January 26, 2010
Evanescence - "Together Again"
Never thought that I'd be leaving you today
So alone and wondering why I feel this way
So wide the world
Can love remember how to get me home to you
Someday
We'll be together again
All just a dream in the end
We'll be together again
So many fears were swimming around and around in my mind
Who would have dreamed the secrets we would find
I've found a world where love and dreams and darkness all collide
Maybe this time we can leave our broken world behind
We'll be together again
All just a dream in the end
... ;_;
'dream as if you'll live forever. live as if you'll die today.'
Wednesday, January 13, 2010
(the strangest enchantments)
há sangue nestes feitiços que te lanço, no
papel queimado com o teu nome escrito
letras de rubra cor
fugas esquecidas de hesitação.
pega em duas velas, fecha os olhos e concentra-te,
imagina e recita o que não sabes por três vezes.
há portas abertas que nunca o deviam ter sido.
e não há medo. só asfixia.
hipnotizas.
e não podes.
Sunday, January 03, 2010
(heresia)
# Deve ser tão belo, tão blasfemo, ver uma biblioteca a arder…
o crepitar; o devorar; o encarquilhar; a sofreguidão das chamas.
O desaparecer das histórias.
=s | 24.12.2009
o anjo que te envenena
O anjo disse, de pés descalços:
− Abraça-a, abraça-a muito. Faz dela teu veneno.
E eu disse:
− Não posso, porque o veneno é doce, mas mortal. E tem a sabor a chocolate, sabias?
E o anjo disse, mais uma vez, tentador:
− Mas prova, só um bocadinho… Que mal te fará?
Ao que eu respondi:
− Não, porque é muito; é muito chocolate, e não pode ser, não posso, não consigo… Não há sangue que aguente tanto e tão doce.
E o anjo disse, ainda de pés descalços, depois de descer do muro onde estava sentado:
− És tola. És tola porque não queres sentir.
Colheu uma flor pequenina e colocou-ma no cabelo. E continuou:
− É veneno, sim. Mas, e se for daquele que faz bem?
Envenenas o anjo?, perguntaram.
Não. O anjo é que me envenena, retorqui.
Envenena o anjo, disseram-me então. O anjo que te envenena é um anjo caído.
Não importa. É o meu anjo.
(São os meus anjos.)
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