Wednesday, June 16, 2010

amo os poetas vagabundos e selvagens porque são únicos. porque nos deixam rasgões quando, e por onde, passam; quando das suas mãos atiram as palavras na tentativa de que as apanhemos.
sejam elas doces ou não.

Tuesday, June 01, 2010

Afasta-te. Traz-me vigília.

Dás-me beijos na alma
e eu, que não te minto,
que não me vendo, a troco de ternura explícita,
de carinho algum,
não os compreendo.

A noite é uma faca de lâmina bem afiada
encostada ao que não sou.
Anjos protegem-me, e as suas asas não devem ser de pedra,
porque, por tantas vezes, já me salvaram de me aniquilar,
já impediram dedos degradados de me agarrar
(na pele,
um leve arranhão apenas.)

Na minha superfície de mármore,
o ébano reluz
em espirais de papel amachucado.

Sinistras, estas vozes que agora se ouvem
restolhar pelo coração da noite;
dir-se-iam de feitiço ou de conjuro.
Conjuro blasfemo, sim, decerto,
encantamento de rosto perfeito pálido,
brando sorriso e punição.

... tudo me dói sem eu querer.

(20/05/2010)

the White Riddler


Segue pela azinhaga das Três Irmãs Bruxas, e não hesites.


Sinos tocarão, invisíveis.


Ela estará à tua espera na encruzilhada.

Reconhecê-la-ás pelo vestido branco até aos tornozelos, simples e de alças, o cabelo negro longo, ondulado e flutuante; de pés descalços e uma pulseira de prata no tornozelo direito, as unhas das mãos pintadas de preto; pestanas longas, pele morena. E um ar enigmático na face.

the White Riddler

Não lhe faças perguntas, ela não tas responderá.


Somente levará um dedo indicador aos lábios, pedindo segredo, e estenderá o braço e dar-te-á a mão, os dedos bem enlaçados nos teus para que a sigas…