Friday, November 30, 2012

(Inverno.#)

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rascunho muito rápido / Fevereiro 2012
(não tem apetecido desenhar /: )

Thursday, May 24, 2012

Búzio


Búzio / Maio 2011
Gosta de ler Sophia de Mello Breyner Andresen 
(o nome "Búzio" é uma referência a uma personagem de um conto desta escritora). 
Sabe inglês, tem coração português, mas ninguém sabe de onde ela é.

Tuesday, April 10, 2012

(hoje, enquanto dormiam)



Hoje, enquanto dormias, andei pelos telhados de outra cidade. Falei com leões de asas feitas de pedra e tropecei várias vezes em anjos e gárgulas com mais de duzentos anos (pedi-lhes desculpa, como é evidente). Havia o céu, azul, como num postal, que cheirava a laranjas e a almoço. Miúdas, as pessoas viviam lá em baixo, não se atrevendo a voar como gatos porque a maioria das casas estão em risco de ruir. Mas sulcos, texturas, padrões, a todos vi de lá de cima, deixando-me descansar em cada ponte que as minhas olheiras encontravam, para depois tos mostrar.

A água doce dos canais e lagunas talvez abriguem nereides ou fantasmas. Passeiam-se por entre colunas de madeira e pedra, debaixo de água, certamente à espera que caiam moedas incautas para poderem comprar bilhetes de barco e irem vadiar para outros sítios. Vi-as quando espreitei para os túneis, de cabeça para baixo e de atacadores desapertados, o que provavelmente pouca credibilidade terá.


Arcos, abóbadas, mosaicos, relevos gravados em filigrana, flores penduradas nas varandas (vermelhas, as flores, e roxas), tinta a descascar.

Nas oficinas, vidro, papel e telas a ser trabalhados.

Contei
centenas
de
degraus
até desistir.

De meia em meia hora, um campanário murmurava e as ruas ficavam atentas. (No telhado onde estava, prendia a respiração.)

Numa das vezes em que quase desci, um martelo estava na mão de um homem e desfigurava a estátua de um santo. Perguntei-lhe porque o fazia, bem alto. Mas não sabia, ou não quis dizer. Por isso, apanhei um pedaço de estuque que andava por ali caído e atirei-lho.

Tive de me retirar muito apressadamente.

Thursday, January 12, 2012

(num café ou bar)

- Estás a vê-los?
- Quem?
- Aqueles anjos, ali. (apontando de forma discreta)
- Porque é que eles parecem estar tão estranhos, como se embriagados?
- Eles não estão habituados.
- Ao quê?
- A leite com chocolate. Para eles, é como se bebessem álcool. Uma garrafinha de vodka, por exemplo...
- Oh.